2016, o ano do XIV Diálogo Interbacias
Com a organização dos 21 Comitês de Bacias Hidrográficas Paulistas, será realizado, de 19 a 20 de setembro, em São Pedro/SP, o XIV Diálogo Interbacias de Educação Ambiental em Recursos Hídricos.
O XIV Diálogo Interbacias tem como objetivo dar continuidade ao processo de integração e articulação de programas, projetos e ações educativas com os princípios da política estadual de gerenciamento de recursos hídricos, na área de atuação dos Comitês de Bacias Hidrográficas, propiciando a troca de experiências, a mobilização e a capacitação permanente da sociedade.
Nos Diálogos, realizados anualmente desde 2003, foram abordados temas articulados aos eixos principais “Educação Ambiental” e “Gerenciamento de Recursos Hídricos”, na perspectiva de fomentar um processo permanente de diálogo sobre a Educação Ambiental em Recursos Hídricos. Para este ano, o tema será: “Desafios para a Educação Ambiental, Capacitação e Mobilização Social, frente à crise hídrica”, como um meio de chamar a atenção para a importância da capacitação e mobilização da sociedade para a gestão sustentável dos recursos hídricos. Esses temas serão abordados e trabalhados em diferentes momentos e atividades, buscando aprofundar conhecimentos e debates sobre os mesmos.
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Crise Hídrica
Tal como no Nordeste brasileiro, há diversos pontos do mundo em que a escassez hídrica é motivo de êxodo da população e alvo de políticas públicas. Em termos globais, a oferta de água corre o risco de entrar numa crise profunda, pressionada cada vez mais pelo crescimento demográfico, pelas mudanças climáticas, pela contaminação de fontes e pelo desperdício. A crise é menos uma questão de insuficiência real, e mais de mau gerenciamento do uso dos recursos hídricos. A falta de água afeta não só a saúde humana, mas também o desenvolvimento socioeconômico da sociedade e o rumo das relações entre nações.
O crescimento desordenado das cidades agrava a dificuldade de acesso à água em qualidade e em quantidade satisfatórias. A falta de planejamento, com a verticalização das construções (prédios), sobrecarrega as estruturas já existentes nas ruas, que muitas vezes não suportam a quantidade de água que agora passa por ali – milhões de litros se perdem por vazamento nos canos subterrâneos das cidades. Segundo um estudo do Instituto Socioambiental (ISA), as capitais brasileiras perdem, diariamente, quase metade da água captada durante a distribuição. A maior parte desse desperdício deve-se a vazamentos na rede de distribuição, ao crescimento urbano e à falta de manutenção adequada às novas condições.
A crise hídrica vivenciada na região metropolitana de São Paulo não é causada apenas pela falta de chuvas. Além do rápido crescimento populacional, a alta taxa de urbanização, que se aplica a todo o Brasil, polui os rios e dificulta o acesso à água potável. Criado na década de 1970, o Cantareira foi uma resposta à demanda crescente da região. Foi então preciso buscar água na Bacia do Rio Piracicaba, onde fica o sistema, a 70 quilômetros da capital. Essa transferência forçada de recursos hídricos exerce pressão sobre a oferta de água para os centros urbanos, as indústrias e as plantações do interior paulista.